Medir a qualidade de vida no trabalho é essencial para entender se os seus colaboradores estão satisfeitos e motivados. Afinal, pessoas felizes são muito mais produtivas e retribuem todo o bem-estar na forma de resultados para o negócio.
Siga a leitura e ofereça as melhores condições possíveis.
O que significa qualidade de vida no trabalho?
O conceito de qualidade de vida no trabalho, também referido pela sigla QVT, representa o nível de satisfação e bem-estar dos colaboradores em uma empresa.
Ou seja: é um indicador que qualifica a experiência do colaborador no ambiente de trabalho, levando em conta as necessidades dos profissionais – das mais básicas às mais complexas.
Para medir a qualidade de vida no trabalho, são considerados critérios como compensações, programa de benefícios, espaço físico, clima organizacional, relações com colegas e líderes, e tudo o que influencia a percepção dos colaboradores sobre a empresa.
Com a tendência atual de humanização do trabalho e valorização das pessoas como ativos mais valiosos das organizações, esse conceito vem ganhando cada vez mais importância.
Isso porque nunca foi tão importante atrair e reter os talentos certos para ganhar vantagem competitiva.
Então, para trazer as pessoas certas e mantê-las no time, as empresas investem na qualidade de vida de seus colaboradores e, em troca, ganham mais produtividade, engajamento e resultados.
Origem e discussão sobre qualidade de vida no trabalho
Um dos primeiros autores a discutir a qualidade de vida no trabalho foi o autor e professor da Harvard Business School Richard E. Walton.
Em 1973, ele publicou um artigo chamado “Quality of Work life: what is it?” na revista Sloan Management Review, no qual define o conceito como:
“O atendimento de necessidades e aspirações humanas, calcado na ideia de humanização e responsabilidade social da empresa.”
Além disso, Walton elencou 8 fatores essenciais para determinar a qualidade de vida no trabalho:
- Compensação justa e adequada;
- Condições de trabalho apropriadas;
- Possibilidade de utilizar plenamente as próprias capacidades;
- Oportunidades de crescimento;
- Integração social;
- Constitucionalismo;
- Equilíbrio entre vida pessoal e profissional;
- Relevância social.
Até hoje, esses pilares são utilizados para medir a satisfação dos colaboradores e direcionar os esforços das empresas para melhorar suas condições de vida.
Dando sequência ao pensamento de Walton, muitos autores se baseiam na hierarquia das necessidades de Maslow, também chamada de pirâmide de Maslow, para entender como garantir a qualidade de vida no trabalho.
Basicamente, o teórico Abraham Maslow criou uma das teorias mais respeitadas sobre as motivações humanas, representando nossas necessidades em uma pirâmide de cinco estágios:
- Necessidades fisiológicas: são as necessidades básica do ser humano como respirar, comer, dormir e todas as funções que mantém o corpo em equilíbrio, que devem ser totalmente satisfeitas no ambiente de trabalho
- Necessidades de segurança: é a necessidade de se sentir seguro e protegido contra ameaças, que pode ser representada pela estabilidade no emprego
- Necessidades sociais: inclui as necessidades de estabelecer relações e criar laços na vida pessoal e profissional
- Necessidades de estima: abrange as demandas por autoconfiança, autonomia e apreciação, que são validadas pelo reconhecimento no ambiente de trabalho
- Necessidades de autorrealização: é o estágio de realização pessoal e profissional do ser humano, que representa o aproveitamento máximo do próprio potencial.
Logo, esses estágios servem como base para construir um programa de qualidade de vida no trabalho, pois permitem satisfazer cada nível das necessidades humanas.
Panorama da qualidade de vida no trabalho
A qualidade de vida no trabalho é medida e acompanhada por empresas e países do mundo todo, como mais um indicador-chave do universo corporativo.
De acordo com um estudo da Future Workplace, publicado em 2019 na Workplace Trends, 67% dos profissionais norte-americanos afirmam que produzem mais em ambientes de trabalho saudáveis.
Ao mesmo tempo, um terço dos entrevistados afirma que perde cerca de uma hora do expediente em empresas que não oferecem um programa de bem-estar.
No Brasil, um dos indicadores mais utilizados é o Índice Sodexo de Qualidade de Vida no Trabalho (IQVT), uma ferramenta online e gratuita que mede a percepção dos brasileiros em relação à satisfação no emprego.
Em fevereiro de 2020, o índice geral é de 6,5 pontos em uma escala de 0 a 10, considerando que:
- 54% dos brasileiros estão satisfeitos com seu emprego atual, com as melhores médias registradas entre executivos, diretores, empresários, gestores e profissionais com pós-graduação;
- 37% dos profissionais se declaram neutros em relação à qualidade de vida no emprego atual, principalmente nas áreas financeira e administrativa;
- 9% dos profissionais estão insatisfeitos, concentrados no setor de atendimento ao cliente, área comercial e apoio administrativo (maioria que estudou até o ensino médio).
Em comparação com a nota de 2019, a percepção do brasileiro melhorou em 5%, como reflexo da recuperação econômica e aumento dos investimentos no bem-estar dos funcionários.
Os critérios utilizados para definir o índice de qualidade de vida são:
- Reconhecimento: iniciativas que valorizam e recompensam os colaboradores
- Facilidade e eficiência: fatores que contribuem para que o profissional execute seu trabalho com facilidade, como processos bem estruturados, acesso a tecnologias e serviços, apoio da gestão, etc.
- Crescimento pessoal: todas as iniciativas que contribuem para o desenvolvimento do profissional e avanço na carreira
- Saúde e bem-estar: promoção de um modo de vida saudável, baseado em uma alimentação equilibrada e prática de exercícios físicos
- Relações interpessoais: tudo o que contribui para reforçar vínculos interpessoais e facilitar o acesso à cultura e entretenimento.
- Ambiente físico: tudo o que garante um ambiente seguro e confortável, da iluminação e climatização à distribuição de espaços.
7 passos para investir na qualidade de vida no trabalho
Se você quer garantir a qualidade de vida no trabalho, precisa garantir que sua empresa seja o melhor lugar possível para seus colaboradores.
Veja como alcançar esse status em alguns passos.
1. Faça o diagnóstico inicial
Qualquer iniciativa para melhorar a qualidade de vida no trabalho deve partir de um diagnóstico da situação atual da empresa.
Para entender como anda esse quesito na organização, você pode combinar resultados da pesquisa de clima com índice de engajamento, por exemplo, ou conduzir uma pesquisa de satisfação mais ampla com todos os colaboradores.
2. Comece pelo ambiente físico
Como vimos, as necessidades humanas básicas devem ser plenamente atendidas antes de qualquer outra iniciativa.
Para isso, é preciso garantir um ambiente de trabalho adequado, que siga todas as normas de segurança do trabalho e satisfaça os colaboradores em aspectos como iluminação, ergonomia, climatização, etc.
Além disso, é importante ter espaços amplos e áreas para convivência, com uma arquitetura e design diferenciados para estimular a produtividade.
3. Tenha um bom pacote de benefícios
Além de um salário justo, é importante oferecer um pacote de benefícios atrativo para os colaboradores.
No caso, você pode ir além dos clássicos vale-refeição e assistência médica, promovendo o bem-estar dos colaboradores com vales-cultura, mensalidade de academia, horários flexíveis e outros benefícios criativos.
4. Ofereça oportunidades de crescimento
Um dos aspectos mais valorizados pelos profissionais atuais na hora de escolher um emprego são as oportunidades de crescimento que a empresa oferece. Então, vale a pena investir em iniciativas de treinamento, auxílio-educação, formações e planos de carreira para os profissionais.
Além disso, o próprio trabalho deve permitir que os profissionais desenvolvam novas habilidades e atinjam seu potencial máximo.
5. Reconheça e premie o bom desempenho
O reconhecimento também é um pilar importante da qualidade de vida no trabalho, que atende às necessidades de estima dos colaboradores. Por isso, é importante ter um programa interno para recompensar os profissionais pelo bom desempenho e estimular sua dedicação ao trabalho.
O reconhecimento por vir na forma monetária, como no caso de bônus e comissões, ou em iniciativas simbólicas como premiações e menções públicas.
6. Promova uma cultura colaborativa
A cultura organizacional é o ponto-chave da qualidade de vida no trabalho, pois reflete os valores e comportamentos da empresa e precisa ser inspiradora o suficiente para criar um ambiente positivo.
Empresas com uma cultura forte possuem líderes transformadores, equipes colaborativas e estímulo constante à inovação e aprendizagem – tudo o que os colaboradores precisam para se sentir apoiados e engajados no trabalho.
Além disso, é preciso enfatizar o bom relacionamento interpessoal e estimular o diálogo aberto entre gestores, times e áreas.
7. Acompanhe a evolução da qualidade de vida
Depois de definir quais iniciativas são melhores para a sua empresa, é importante acompanhar de perto a evolução da qualidade de vida no trabalho. Afinal, estamos falando de um indicador, ou seja, um parâmetro que deve ser medido e aprimorado continuamente.
Para isso, você pode aplicar as pesquisas periodicamente e levar em conta as métricas do RH como índice de engajamento, índice de turnover (rotatividade) e clima organizacional.
Viu como é possível medir e aprimorar a qualidade de vida no trabalho?
Agora é só colocar as dicas em prática e ver a performance dos seus colaboradores disparar. Quer saber mais sobre uma ferramenta de diagnóstico de Qualidade de Vida no Trabalho? Entre em contato por nossos canais de atendimento. Teremos prazer em lhe ajudar.