O que é Governança Corporativa e como se alinhar com o tema?

Princípios que geram valor de longo prazo

Governança corporativa é o sistema pelo qual as empresas e demais organizações são dirigidas, monitoradas e incentivadas, envolvendo os relacionamentos entre sócios, conselho de administração, diretoria, órgãos de fiscalização e controle e demais partes interessadas.

As boas práticas de governança corporativa convertem princípios básicos em recomendações objetivas, alinhando interesses com a finalidade de preservar e otimizar o valor econômico de longo prazo da organização, facilitando seu acesso a recursos e contribuindo para a qualidade da gestão da organização, sua longevidade e o bem comum.

Princípios básicos

Os princípios básicos de governança corporativa permeiam, em maior ou menor grau, todas as práticas do Código das Melhores Práticas de Governança Corporativa, e sua adequada adoção resulta em um clima de confiança tanto internamente quanto nas relações com terceiros. São eles:

  • Transparência – Consiste no desejo de disponibilizar para as partes interessadas as informações que sejam de seu interesse e não apenas aquelas impostas por disposições de leis ou regulamentos. Não deve restringir-se ao desempenho econômico-financeiro, contemplando também os demais fatores (inclusive intangíveis) que norteiam a ação gerencial e que conduzem à preservação e à otimização do valor da organização;
  • Equidade – Caracteriza-se pelo tratamento justo e isonômico de todos os sócios e demais partes interessadas (stakeholders), levando em consideração seus direitos, deveres, necessidades, interesses e expectativas;
  • Prestação de contas (accountability) – Os agentes de governança devem prestar contas de sua atuação de modo claro, conciso, compreensível e tempestivo, assumindo integralmente as consequências de seus atos e omissões e atuando com diligência e responsabilidade no âmbito dos seus papéis;
  • Responsabilidade corporativa – Os agentes de governança devem zelar pela viabilidade econômico-financeira das organizações, reduzir as externalidades negativas de seus negócios e suas operações e aumentar as positivas, levando em consideração, no seu modelo de negócios, os diversos capitais (financeiro, manufaturado, intelectual, humano, social, ambiental, reputacional, etc.) no curto, médio e longo prazos.

A evolução da estrutura de propriedade

O modelo de propriedade dispersa expandiu-se inicialmente nos Estados Unidos, devido a aspectos econômicos, culturais e políticos que datam dos anos 1920. Naquele período, o país viveu um momento de prosperidade econômica, consolidando-se como potência mundial. Seu poder de influência na época foi evidenciado pelos efeitos da Crise de 1929, episódio da queda da bolsa de Nova York, que rapidamente atingiram praticamente todos os países do globo, ocasionando graves consequências políticas e sociais.

Na cultura empresarial predominante até aquele momento, os proprietários – um ou alguns indivíduos ou famílias – tinham o poder sobre as decisões administrativas de suas empresas, frequentemente ocupando os mais importantes cargos da gestão. Décadas mais tarde, já no contexto pós-1945 (fim da Segunda Guerra Mundial), a força e o dinamismo da economia dos Estados Unidos apontava rumo à complexidade das organizações empresariais, notadamente para as companhias listadas em bolsa de valores. A partir de então, a estrutura de propriedade dispersa, com ações negociadas no mercado de capitais, tornava-se característica cada vez mais comum entre suas empresas. Paulatinamente, esse tipo de controle passou a caracterizar empresas também em outros países.

A partir do momento em que passou a existir um conjunto disperso de proprietários – ou acionistas – esta interferência direta na empresa tornou-se impraticável, sendo frequentemente privilégio de controladores majoritários que, a exemplo do que ocorria nas empresas familiares, muitas vezes ocupavam a função de presidente do conselho de administração (chairman) e a de principal executivo (ou CEO – Chief Executive Officer), ou optavam pela contratação de gestores profissionais para essa função.

A teoria do agente-principal

Em 1976, Jensen e Meckling publicaram estudos focados em empresas norte-americanas e britânicas, mencionando o que convencionaram chamar de problema de agente-principal, que deu origem à Teoria da Firma ou Teoria do Agente-Principal. Segundo esses acadêmicos, o problema agente-principal surgia quando o sócio (principal) contrata outra pessoa (agente) para que administrasse a empresa em seu lugar.

De acordo com a teoria desenvolvida, os executivos e conselheiros contratados pelos acionistas tenderiam a agir de forma a maximizar seus próprios benefícios (maiores salários, maior estabilidade no emprego, mais poder, etc.), agindo em interesse próprio e não segundo os interesses da empresa, de todos os acionistas e demais partes interessadas (stakeholders). Para minimizar o problema, os autores sugeriram que as empresas e seus acionistas deveriam adotar uma série de medidas para alinhar interesses dos envolvidos, objetivando, acima de tudo, o sucesso da empresa. Para tanto, foram propostas medidas que incluíam práticas de monitoramento, controle e ampla divulgação de informações. A este conjunto de práticas convencionou-se chamar de governança corporativa.

Os primeiros códigos

As discussões envolvendo acadêmicos, investidores e legisladores, originando teorias e marcos regulatórios, avolumaram-se nos anos 1990, após os graves escândalos contábeis da década anterior, envolvendo diferentes e importantes empresas. Em 1992 foi publicado na Inglaterra o Relatório Cadbury, considerado o primeiro código de boas práticas de governança corporativa.

No mesmo ano, foi divulgado o primeiro código de governança elaborado por uma empresa, a General Motors (GM) nos Estados Unidos. Sintomas do mesmo movimento são verificados pouco depois nos resultados de uma pesquisa realizada pelo fundo de pensão Calpers (California Public Employees Retirement System), nos Estados Unidos, que constatou que mais da metade das 300 maiores companhias daquele país já tinham seus manuais de recomendações de governança corporativa.

O movimento no Brasil e o debate internacional

Em paralelo, no Brasil, o movimento por boas práticas mostrou-se mais dinâmico a partir das privatizações e a da abertura do mercado nacional nos anos 1990. Neste interim, em 1995, ocorreu a criação do Instituto Brasileiro de Conselheiros de Administração (IBCA), que a partir de 1999 passou a ser intitulado Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), almejando influenciar os protagonistas da nossa sociedade na adoção de práticas transparentes, responsáveis e equânimes na administração das organizações. Ainda em 1999 o IBGC lançou seu primeiro Código das Melhores Práticas de Governança Corporativa.

Ademais, as discussões internacionais foram fortalecidas pelas iniciativas da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) que criaram um fórum para tratar especificamente sobre o tema, o Business Sector Advisory Group on Corporate Governance. Diretrizes e princípios internacionais passaram a ser considerados na adequação de leis, na atuação de órgãos regulatórios e na elaboração de recomendações.

Com o passar do tempo, verificou-se que os investidores estavam dispostos a pagar valor maior por empresas que adotassem boas práticas de governança corporativa e que tais práticas não apenas favorecessem os interesses de seus proprietários, mas também a longevidade das empresas.

Na primeira década do século 21, o tema governança corporativa tornou-se ainda mais relevante, a partir de escândalos corporativos envolvendo empresas norte-americanas como a Enron, a WorldCom e a Tyco, desencadeando discussões sobre a divulgação de demonstrações financeiras e o papel das empresas de auditoria. O congresso norte-americano, em resposta às fraudes ocorridas, aprovou a Lei Sarbanes-Oxley (SOx), com importantes definições sobre práticas de governança corporativa.

Governança em organizações não empresariais

Apesar de terem sido primeiramente desenvolvidos para empresas, os princípios e práticas de governança também podem ser adotados e trazer benefícios para organizações não empresariais, por meio do alinhamento de interesses em busca de contribuir para o sucesso da organização e para sua longevidade.

Cooperativas

Sociedades de pessoas, constituídas para prestar serviços aos associados, as cooperativas têm sua distribuição de resultados vinculada às operações efetuadas pelo associado com a cooperativa e desvinculada da participação no capital, assim como possuem seus direitos políticos vinculados unicamente às pessoas, não importando a participação no capital.

As cooperativas são parte relevante da economia brasileira e a adoção de práticas de governança pode contribuir para aprimorar sua administração e os relacionamentos entre todos os agentes desse sistema (cooperados, administradores, funcionários e a sociedade), reduzindo possíveis conflitos e riscos inerentes a esse tipo de organização.

Terceiro setor

Organizações sem fins lucrativos que buscam contribuir para uma sociedade melhor e mais justa. Conforme o Guia das Melhores Práticas de Governança para Fundações e Institutos Empresariais, “o aprimoramento da governança é um esforço contínuo que, no Brasil, não findou com a lei das OSCIP”, é preciso expandir “as boas práticas de governança para todas as organizações da sociedade civil, estabelecendo assim as bases do que poderá ser o sistema de autorregulação do terceiro setor”. Ainda segundo o guia, “seus principais agentes – sejam eles financiadores ou executores de projetos – podem e devem adotar práticas que sirvam de exemplo para os demais, reforçando a legitimidade do setor”.

A sua empresa pratica Responsabilidade Social Corporativa?

A Responsabilidade Social Corporativa (RSC) é a forma de conduzir o negócio das organizações, que se caracteriza por ter em conta o impacto que todos os aspectos das suas atividades geram sobre os seus clientes, colaboradores, acionistas, comunidades locais, ambiente e sobre a sociedade em geral.

Ela implica o cumprimento obrigatório da legislação nacional e internacional no âmbito social, laboral, ambiental e de Direitos Humanos, assim como qualquer outra ação voluntária que a empresa queira empreender para melhorar a qualidade de vida dos seus colaboradores, das comunidades em que opera e da sociedade no seu conjunto.

Nos últimos tempos desenvolveram-se padrões e modelos, em matéria de responsabilidade social que estão a adquirir uma grande difusão internacional.

Estudar a responsabilidade social corporativa, no século XXI, obriga a recuar um século e começar por abordar as primeiras preocupações sociais das empresas. A sensibilidade para o tema teve o seu início nos Estados Unidos, a partir de meados do século XX, porém a Europa assumiu especial relevância tanto na implementação deste tipo de políticas, como na reflexão acadêmica sobre o tema.

E o tema nem sempre foi consensual. Se, por um lado, a grande maioria dos autores identifica as vantagens de as empresas (e outras organizações) implementarem as suas políticas de RSC, as empresas geralmente não apreciam alocar seus recursos a outros fins que não a busca pela maximização dos lucros.

Milton Friedman, ganhador do Prémio de Ciências Econômicas em Memória de Alfred Nobel, defendeu, num artigo publicado no suplemento dominical do jornal The New York Times, que o dever das empresas consiste em gerar lucros, e refuta a ideia de responsabilidade social das empresas, defendendo que apenas as pessoas podem praticar a responsabilidade social.

A sociedade tem-se organizado tendo em vista a adoção por parte das empresas de um conjunto cada vez maior de iniciativas que revelem preocupações sociais. Surgiram as normas e certificações, internacionais e nacionais, e sucede-se a criação de entidades supraempresariais que pretendem ser parceiros na implementação de políticas de RSC e veículo na transmissão de boas práticas.

A situação do Reino Unido mostra que há ainda um longo caminho a percorrer neste campo, na Europa. No ano 2000, o governo nomeou um ministro para a responsabilidade social das empresas, e o Parlamento fundou um Grupo Interministerial para melhorar a coordenação entre as ações governamentais inseridas neste contexto

Evolução do Conceito de RSC

Da parte dos acadêmicos, também a discussão foi elevada para um nível diferente, mais abrangente, e que tem situado a reflexão no modo como a gestão das empresas pode desenrolar o seu papel nas preocupações sociais da forma mais eficiente.

Hoje em dia, já não se fala apenas em responsabilidade social corporativa, mas entrou-se já no domínio da filantropia estratégica. Quer isto dizer que, o que antes se entendia por práticas de RSC, muitas delas são hoje simples procedimentos obrigatórios por lei, a que as organizações estão obrigadas. Por isso, a RSC já não se confina apenas àquilo que é exigido por lei, ou a ações dispersas sem uma lógica e um plano por detrás, mas este âmbito é já uma parte integrante das estratégias centrais da maioria das organizações.

A responsabilidade social vai mais além do cumprimento de regras e normas, contribuindo para as organizações que a aplicam nas seguintes vantagens e benefícios:

  • Melhora substancialmente a imagem da empresa.
  • Melhoria na imagem do produto/serviço prestados.
  • Aumento significativo da motivação dos colaboradores.
  • Maior capacidade de recrutamento e retenção de talentos.

E quem pode implantar a RSC?

Como saber se sua empresa pode implantar o conceito de Responsabilidade Social Corporativa?

Qualquer empresa, pública ou privada, independentemente do setor ou dimensão, pode implementar um padrão de Responsabilidade Social Corporativa:

Empresas fabricantes do setor industrial, empresas de serviços, organizações públicas ou semi-públicas: qualquer entidade pode beneficiar da aplicação destes padrões.

Então, gostou de saber um pouco sobre a prática de Responsabilidade Social Corporativa? Tenha em mente que estas premissas devem fazer parte do planejamento estratégico da sua empresa e que podem ser ações pequenas, que possam ser divulgadas no dia a dia e impactar a clientes, fornecedores e outros stakeholders próximos ao seu negócio.

Fonte: Wikipedia.

O que é Margem Bruta? Entenda como calcular.

A Margem Bruta é um índice vital para a análise de rentabilidade e lucratividade de um negócio.

É necessário que os gestores tenham pleno conhecimento desse índice financeiro para que a saúde financeira da empresa seja bem trabalhada.

Calcular a margem bruta deve ser um serviço frequente dentro de uma organização.

Veja neste artigo tudo sobre a margem de lucro bruta e aprenda a realizar o seu cálculo.

Margem Bruta, entenda este índice

Para entender a Margem Bruta é preciso primeiro ter conhecimento de Margem de Lucro, isto por que, uma está contida na outra.

A Margem de Lucro é um fator financeiro que é essencial para que o empresário possa medir e acompanhar a lucratividade da empresa.

Para que haja uma noção completa do lucro da empresa é essencial que se tenha uma visão total de custos, gastos e ganhos.

São 3 tipos de Margem de Lucro: Margem de Contribuição, Bruta e Líquida.

Neste ponto trabalharemos com a Margem de Lucro Bruta, que mede a rentabilidade direta da empresa em cada produto vendido.

O Lucro Bruto é o valor direto com a venda do produto tirando só o valor da aquisição da mercadoria.

Nesse Caso, a Margem Bruta surge como forma de descobrir o valor direto adquirido com a comercialização de um produto ou serviço.

Por exemplo, um chinelo cujo preço de venda é de R$ 35,00 e tem um gasto de aquisição de R$ 15,00.

O Lucro Bruto é de R$ 20,00, o que significa que a Margem Bruta é uma média de 57%.

Importância do cálculo da Margem Bruta

O Cálculo de tal índice financeiro é importante para que o empreendedor tenha um conhecimento amplo de produtos com maior e menor margem.

Como é possível ver no exemplo acima, a Margem Bruta oferece uma visão certeira do lucro direto para a empresa.

A partir das informações obtidas o gestor pode tomar algumas decisões referentes aos produtos com menor margem.

Para isto, ele precisará pensar e analisar as possibilidades de melhorias para que se possa otimizar a margem bruta.

E uma informação importante é preciso ter bem claro que Margem Bruta não é o Lucro Total da empresa.

Para que a empresa tenha uma visão do Lucro é preciso pegar o valor total de faturamento e retirar todas as despesas.

Cálculo da Margem Bruta

Para a realização do cálculo da Margem Bruta de um produto ou serviço, e verificar se o resultado das vendas é positivo, segue-se a seguinte fórmula:

MB = Lucro Bruto / Receita Total x 100

A fórmula pode ser aplicada tanto para uma única unidade do produto vendido, como no total de vendas de um produto.

Isto por que, o índice tem como único objetivo informar de forma certeira o ganho direto de uma empresa com a venda dos seus produtos ou serviços.

Vantagens do cálculo da margem bruta para os negócios

Já foi falado da importância da Margem Bruta para os negócios, é preciso também conhecer as vantagens.

  • Conhecimento de produtos com margem bruto menor;
  • Fator essencial para a precificação dos produtos e serviços;
  • Auxilia na elaboração de estratégias comerciais e de vendas;
  • Quanto menor a margem bruta, menor será também a margem de líquida;
  • Possibilidade de melhor avaliação das despesas de aquisição ou produção do produto ou serviço em questão;
  • Acompanhar e gerir melhor os custos e lucros obtidos de acordo com a quantidade de vendas;

Melhorando a Margem Bruta da empresa

Encontrou-se uma margem bruta baixa, é hora de melhorar este resultado e otimizá-lo para que sua empresa tenha melhores ganhos.

De primeira visão, pode ser que a solução mais viável é cortar os produtos com margem baixa.

No entanto, algumas outras ações podem ser tomadas sem ter a necessidade de cortar imediatamente o produto da empresa.

Você pode realizar uma análise de mercado e aumentar o preço de venda, desde que seja realizado com cautela e planejado de acordo com o mercado.

Outra opção é aprimorar o produto ou serviço sem aumentar os custos, para que possa aumentar o preço de venda.

Busque outro fornecedor que lhe ofereça o mesmo produto ou semelhante por um valor mais baixo.

Reduza o mix de produtos, foque no que lhe oferece melhores resultados.

Contudo, se o foco é aumentar as opções ao consumidor terá de abrir mão de uma margem bruta alta.

Gostou de saber o que é margem bruta e como calcular? Na Contabilidade Consciente utilizamos uma metodologia de gestão, empregando um software integrado que lhe dá visão em tempo real da margem bruta do seu negócio. Quem saber mais a respeito? Entre em contato por nossos canais de atendimento que podemos te ajudar.

Fonte: Site Jornal Contábil, Site do SEBRAE.