Como posso gerenciar o meu nível de estresse?

O que é o estresse?

O estresse é a reação do corpo às mudanças que requerem uma resposta imediata ou adaptação a uma nova realidade. Ele pode ser experienciado através de fatores externos (trabalho, acidente de trânsito, impasse no relacionamento) ou ser estimulado por seus próprios pensamentos.

Já percebeu que alguns devaneios causam reações emocionais fortes? Então, somente o ato de pensar em alguma pendência ou cenário futuro pode deixá-lo estressado. Situações consideradas positivas, como uma promoção ou o nascimento de um filho, também podem causar estresse. Quando algum destes eventos se apresenta, o sistema nervoso reage liberando uma descarga de hormônios como a adrenalina e o cortisol, que por sua vez avisam o corpo de que é preciso tomar uma atitude urgente. O coração acelera, os músculos contraem, a pressão sanguínea aumenta, a respiração fica ofegante e seus sentidos se tornam mais aguçados. Estas mudanças físicas ocorrem para aumentar a sua força e resistência, e melhorar a sua velocidade de reação.

No entanto, em períodos curtos, o estresse ajuda a manter o foco, a energia e o estado de alerta. Além disso, o estresse pode impulsionar o indivíduo a enfrentar desafios. Porém, ao atravessar a sua zona de conforto, o estresse deixa de ser útil e pode começar a causar grandes danos à sua mente e corpo.

A necessidade de lidar com novas obrigações e modificar o seu comportamento para corresponder ao novo ambiente são bem estressantes! Em outras palavras, encontramos o estresse em diversas ocasiões comuns da vida. Não é possível escapar dele, mas é possível aprender a controlá-lo e a evitá-lo (até certo ponto) no dia a dia.

O que é o estresse no trabalho?

O termo estressor ocupacional designa estímulos que são gerados no trabalho e têm consequências físicas ou psicológicas negativas para um maior número de indivíduos expostos a eles. Consideram-se agentes estressores os fatores extraorganizacionais e organizacionais, individuais e de grupo.

O que ocasiona estresse no ambiente de trabalho?

Um ambiente de trabalho estressante pode ser extremamente danoso para a saúde dos colaboradores e para a produtividade da empresa. Excesso de trabalho, problemas de relacionamento, cobranças inadequadas ou em demasia são alguns dos fatores que desencadeiam o estresse no trabalho cotidiano das organizações.

Quais são as causas mais comuns de estresse no trabalho?

Certos fatores tendem a caminhar juntos com o estresse relacionado ao ambiente de trabalho. Geralmente, são ocasionados por momentos de pressão, incerteza ou altos níveis de ansiedade. Os elementos mais estressantes são:

  • salários baixos;
  • hábitos produtivos ruins;
  • carga de trabalho excessiva;
  • poucas oportunidades de crescimento ou aprendizado;
  • trabalho nada desafiador ou interessante;
  • falta de apoio social;
  • falta de controle sobre decisões relacionadas ao trabalho;
  • demandas conflitantes ou expectativas de performance pouco claras.

Administrar o estresse é um grande desafio. O acúmulo gerado por essa tensão excessiva pode acarretar em consequências negativas para a saúde e o bem-estar do indivíduo. Confira a seguir algumas dicas para gerenciar o nível alto de estresse:

  • Evite substâncias estimulantes (como a cafeína e a nicotina) e o álcool. O açúcar refinado, presente em muitos alimentos, também pode ser prejudicial, aumentando a sensação de cansaço e irritabilidade;
  • Pratique exercícios físicos. Além de regular a qualidade do sono, as atividades físicas produzem neurotransmissores capazes de ajudar a restaurar o equilíbrio do corpo e da mente;
  • Durma bem e antes da meia noite. A privação de sono é um fator que agrava o estresse.Busque criar uma rotina de higiene do sono para condicionar seu corpo de que está na hora de descansar. Caso os sintomas de distúrbios do sono persistam, procure ajuda médica e psicológica;
  • Saiba identificar quais situações podem ser controladas e imponha limites. Aprenda, também, a dizer não quando necessário;
  • Descanse sem culpa. Muitas vezes, levamos as situações ao extremo, sem respeitar os sinais que o corpo e a mente dão sobre a exaustão. Saiba identificar esses momentos e respeite esse período para recuperar suas energias;
  • Fale sobre seus problemas e sentimentos. Muitas vezes, uma boa conversa ajuda a liberar a tensão acumulada, olhar as situações sob novas perspectivas, alinhar as expectativas e encontrar ferramentas para encarar as situações que geram estresse.

Agora já sabe como gerenciar o seu nível de estresse? Opte sempre por boas escolhas de saúde e bem estar. Acompanhe nossas publicações sobre saúde e qualidade de vida!

O que é resiliência? Posso desenvolver?

O termo resiliência originalmente é um conceito da física e se refere à propriedade que alguns corpos apresentam de retornar à forma original após terem sido submetidos a uma deformação elástica.

Analogamente a psicologia adota este termo para se referir à capacidade que as pessoas têm de se adaptarem às dificuldades, traumas, ameaças, tragédias ou fontes significativas que podem provocar estresse.

Tais como problemas familiares e de relacionamentos, problemas relacionados à saúde, ou estressores financeiros, ou relacionados ao trabalho. Significa “recuar” de experiências difíceis.

Resiliência é a capacidade de se adaptar em situações difíceis ou de fontes significativas de estresse. Na prática, quer dizer que diante de uma adversidade, a pessoa utiliza sua força interior para se recuperar. … Ou seja, pessoas resilientes não são livres de problemas, elas apenas os superam sem desmoronar.

Portanto, o fato de ser resiliente, na vida pessoal ou no trabalho significa não desmoronar e não recuar diante das dificuldades. É ter equilíbrio e uma certa “frieza” para superar estes momentos. Então quer dizer que eu não posso sentir dor com os problemas que enfrento? Muito pelo contrário! A dor e a perda fazem parte da nossa vida, mas temos que encontrar formas de superá-los com equilíbrio. Aqui cai muito bem um termo que todos já ouvimos, que é: “bancar a diva no salto alto”. Pessoas que passam por momentos difíceis acabam desenvolvendo esta competência do decorrer do tempo.

No processo de resiliência, quanto mais fatores de estresse surgirem em nossas vida, mais capacidade de adaptação rápida vamos desenvolver. É claro que este processo de resiliência é uma característica muito individual. Enquanto alguns indivíduos vão superar problemas graves com determinação, outros irão somatizar em quadros como: ansiedade, depressão, síndrome de burnout e até doenças de longo prazo, como é o diabetes e o câncer por exemplo. Hoje sabemos que o câncer é um doença que exige um cuidado e tratamento contínuo, mesmo depois de superada uma fase difícil.

Dicas para ter mais resiliência

Todos nós temos maneiras diferentes de gerenciar o estresse e, portanto, diferentes estratégias que podem levar a uma sensação de resiliência. Mais que isso, nossas crenças espirituais e contextos culturais também podem entrar em jogo ao desenvolver uma sensação de resiliência.

Assim, a resiliência é uma característica que pode ser amplamente desenvolvida. Por isso, separamos algumas dicas, sugestões e estratégias para deixá-lo mais resiliente:

Mantenha-se flexível

As pessoas resilientes esperam enfrentar desafios em diferentes pontos de suas vidas. Dessa forma, eles são capazes de ajustar seus objetivos e encontrar maneiras de se adaptar.

Aprenda lições

Quando surge uma situação difícil, não se concentre em quem é culpado. Deixe de perguntar “por que eu?”. Assim, deixe de lado o papel de vítima. Então, pergunte-se o que você poderia fazer diferente na próxima vez para obter um resultado melhor.

Tenha atitude positiva

Pense sobre o que você pode fazer para melhorar sua situação e depois faça isso. “As pessoas resilientes trabalham na resolução de um problema ao invés de se deixarem paralisadas pela negatividade”, diz Brooks.

Por exemplo, se seu chefe reduziu suas horas no trabalho, você pode olhar para isso como uma chance de explorar outras opções de trabalho. Assim, no longo prazo isso pode gerar crescimento na carreira.

Mantenha-se conectado

Nutra seus relacionamentos com amigos e familiares. Então, quando você estiver passando por um momento difícil, não se afaste de outras pessoas. Inesperadamente, aceite a ajuda daqueles que se preocupam com você.

As pessoas com maior resiliência têm pelo menos uma ou duas pessoas nas suas vidas, que podem recorrer ao apoio, diz Brooks.

Libere a tensão

Certifique-se de ter alternativas para expressar suas emoções e aliviar a tensão. Então, recomendamos algumas:

  • Escreva em um diário;
  • Desenhe;
  • Medite;
  • Dance ou cante;
  • Faça terapia.

Resiliência Vs. Senso de propósito

Faça coisas que agreguem significado para a sua vida. Isso pode ser passar tempo com sua família, um serviço voluntário ou outra atividade que faça você se sentir mais forte.

Da mesma forma, correr uma maratona após enfrentar uma doença grave ou fazer uma caminhada de gratidão (muitas pessoas preparam-se anualmente para percorrer a peregrinação do Caminho de Santiago de Compostela, por exemplo).

Aprenda hábitos saudáveis

Similarmente, listamos algumas atividades para reduzir os momentos estressantes:

  • Exercite-se regularmente;
  • Mantenha uma dieta balanceada;
  • Leia um livro;
  • Reserve um tempo para descansar;

As pessoas que ficam fisicamente fortes tendem a ser emocionalmente mais resistentes.

Acredite em si mesmo

Fique orgulhoso de suas habilidades e do que você fez. Assim, reconheça suas forças pessoais. Dessa forma, acreditar em si mesmo é extremamente importante, não somente para aumentar a confiança e autoestima como para alcançar o sucesso.

Se você acredita em si mesmo, ninguém será capaz de impedir você de alcançar seus objetivos. Igualmente, aqueles que acreditam em si acumulam uma série de vantagens:

  • Possuem uma vida mais focada;
  • Atingem suas metas;
  • São mais produtivos;
  • Tomam mais riscos;
  • Mantém-se positivos nas adversidades;

Sorria

Mantenha seu senso de humor mesmo diante tempos difíceis. O riso alivia o estresse e ajuda você a controlar as coisas. Quem sorri vive mais tempo e parece mais jovem. Sorrir aumenta a longevidade, contribui para manter o sistema imunológico forte, reduz a pressão arterial e ajuda o corpo a relaxar.

Quem sorri é mais produtivo, mais criativo e mais saudável. Sorrir é grátis!! Não há razões para não fazê-lo.

Seja otimista

Uma perspectiva positiva e esperançosa tornará você muito mais resiliente. Lembre-se de que muitos dos problemas que você enfrentará na vida são temporários e que você superou os constrangimentos no passado.

Gostou deste artigo? Estamos elaborando um Programa de Qualidade de Vida que vai lhe ajudar, entre muitos outros pontos, na construção da resiliência de forma organizada. Fique antenado em nossas publicações sobre qualidade de vida.

Quando a ansiedade e depressão são problemas sérios

Você tem se sentido triste, desinteressada (o), sem energia ou com dificuldades para dormir ou manter o sono durante esse período de isolamento social? Estudos têm revelado que diferentes sintomas psicológicos como solidão, desesperança, angústia, exaustão, irritabilidade, tédio, raiva e sensação de abandono são recorrentes e esperados em situações de distanciamento social.

Observa-se, ainda, maior probabilidade de ocorrerem distúrbios do sono, abuso de substâncias e ideação suicida, bem como agravamento de transtornos mentais preexistentes (NOAL et. al., 2020). Contudo, nem sempre a tristeza do isolamento ou as preocupações decorrentes das dificuldades do contexto atual são indicativos de um transtorno.

Segundo a Organização Mundial de Saúde – OMS (2001), a depressão é considerada como um problema prioritário de saúde pública. Conforme estudo epidemiológico do Ministério da Saúde (2020), sua prevalência ao longo da vida, no Brasil, está em torno de 15,5% e, na rede de atenção primária de saúde é de 10,4%, isoladamente ou associada a um transtorno físico, de acordo com a OMS. A depressão pode constituir-se em um único episódio depressivo, mas é comum a ocorrência repetida de vários episódios, ao longo do tempo.

FATORES DE RISCO

As causas da depressão são, supostamente, uma combinação de fatores genéticos, biológicos e emocionais. Algumas condições podem ser consideradas favoráveis ao desenvolvimento de um quadro depressivo, a saber:

  1. Histórico familiar, incluindo fatores genéticos;
  2. Depressões anteriores;
  3. Transtornos psiquiátricos correlatos;
  4. Estresse e ansiedade crônicos;
  5. Disfunções hormonais;
  6. Medicamentos;
  7. Abuso de álcool e outras substâncias psicoativas;
  8. Ausência de suporte social;
  9. Traumas psicológicos como abuso físico, sexual ou emocional;
  10. Doenças cardiovasculares, endocrinológicas, neurológicas, neoplasias entre outras;
  11. Conflitos conjugais e familiares;
  12. Mudança brusca de condições financeiras e desemprego;
  13. Experiências de perda.

SINTOMAS

Os sintomas depressivos podem ser didaticamente classificados em emocionais e/ou cognitivos e sintomas físicos:

SINTOMAS EMOCIONAIS E COGNITIVOS

  1. Tristeza ou humor deprimido;
  2. Apatia;
  3. Baixa autoestima e sentimentos de culpa e de inutilidade;
  4. Falta de motivação e de vontade de fazer atividades antes prazerosas;
  5. Medos que antes não existiam;
  6. Perda ou aumento de apetite;
  7. Alto grau de pessimismo;
  8. Indecisão e insegurança;
  9. Insônia ou hipersonia;
  10. Sensação de vazio;
  11. Irritabilidade;
  12. Atenção e concentração reduzidas;
  13. Raciocínio mais lento;
  14. Esquecimento;
  15. Ansiedade e/ou angústia;
  16. Redução do interesse sexual;
  17. Pensamentos de morte ou suicidas.

SINTOMAS FÍSICOS

  1. Mal-estar;
  2. Cansaço excessivo;
  3. Queixas digestivas, como dores de barriga, má digestão, constipação ou azia;
  4. Alterações motoras (lentificação ou agitação);
  5. Tensão na nuca e/ou nos ombros;
  6. Dores de cabeça e/ou no corpo;
  7. Pressão no peito;
  8. Queda da imunidade;
  9. Diminuição do desempenho e do nível de funcionamento social.

QUANDO PROCURAR AJUDA ESPECIALIZADA?

Observe os seus sintomas. Caso você apresente, por um período mínimo de duas semanas, humor deprimido ou perda de interesse ou de prazer em suas atividades diárias, além de outros sintomas depressivos mencionados, que estejam causando sofrimento e prejuízos em seu comportamento e/ou em sua funcionalidade, você deve procurar a ajuda de um psiquiatra e/ou de um psicólogo. A psicoterapia e os medicamentos são a base do tratamento e permitem que o quadro seja controlado. Durante o período de isolamento social, vários profissionais estão atendendo na modalidade on-line, prática segura, regulamentada por seus Conselhos de Classe. Vale ressaltar que o diagnóstico da depressão é clínico, pois não existem exames laboratoriais específicos para diagnosticá-lo.

Por isso alertamos que a busca de ajuda deve partir de você. É necessário uma tomada de consciência sobre o problema que você está enfrentando. Também vale ressaltar que ser depressivo não significa derrota de nenhuma forma e você vai precisar de ajuda profissional. Busque também auxílio do Sistema Público de Saúde, que está preparado em suas redes de atendimento para lidar com a questão.

Fonte: Livremente adaptado da Apostila “Depressão”, da Biblioteca Virtual do Ministério da Saúde, Site do Ministério da Saúde, Site da OMS.