O que é ansiedade?
O termo tem várias definições nos dicionários não técnicos: aflição, angústia, perturbação do espírito causada pela incerteza, relação com qualquer contexto de perigo, etc.
Levando-se em conta o aspecto técnico, devemos entender ansiedade como um fenômeno que ora nos beneficia ora nos prejudica, dependendo das circunstâncias ou intensidade, podendo tornar-se patológica, isto é, prejudicial ao nosso funcionamento psíquico (mental) e somático (corporal).
A ansiedade estimula o indivíduo a entrar em ação, porém, em excesso, faz exatamente o contrário, impedindo reações. Os transtornos de ansiedade são doenças relacionadas ao funcionamento do corpo e às experiências de vida.
Pode-se sentir ansioso a maior parte do tempo sem nenhuma razão aparente; pode-se ter ansiedade às vezes, mas tão intensamente que a pessoa se sentirá imobilizada. A sensação de ansiedade pode ser tão desconfortável que, para evitá-la, as pessoas deixam de fazer coisas simples (como usar o elevador) por causa do desconforto que sentem.
Os transtornos da ansiedade têm sintomas muito mais intensos do que aquela ansiedade normal do dia a dia. Eles aparecem como:
- preocupações, tensões ou medos exagerados (a pessoa não consegue relaxar)
- sensação contínua de que um desastre ou algo muito ruim vai acontecer
- preocupações exageradas com saúde, dinheiro, família ou trabalho
- medo extremo de algum objeto ou situação em particular
- medo exagerado de ser humilhado publicamente
- falta de controle sobre os pensamentos, imagens ou atitudes, que se repetem independentemente da vontade
- pavor depois de uma situação muito difícil.
O que é depressão?
Depressão é uma doença psiquiátrica crônica e recorrente que produz alteração do humor caracterizada por tristeza profunda e forte sentimento de desesperança. É essencial identificar sintomas e procurar ajuda médica.
Depressão (CID 10 – F33) é uma doença psiquiátrica crônica e recorrente que produz uma alteração do humor caracterizada por uma tristeza profunda, sem fim, associada a sentimentos de dor, amargura, desencanto, desesperança, baixa autoestima e culpa, assim como a distúrbios do sono e do apetite.
É importante distinguir a tristeza patológica daquela transitória provocada por acontecimentos difíceis e desagradáveis, mas que são inerentes à vida de todas as pessoas, como a morte de um ente querido, a perda de emprego, os desencontros amorosos, os desentendimentos familiares, as dificuldades econômicas etc.
Diante das adversidades, as pessoas sem a doença sofrem, ficam tristes, mas encontram uma forma de superá-las. Nos quadros de depressão, a tristeza não dá tréguas, mesmo que não haja uma causa aparente. O humor permanece deprimido praticamente o tempo todo, por dias e dias seguidos. Desaparece o interesse pelas atividades que antes davam satisfação e prazer e a pessoa não tem perspectiva de que algo possa ser feito para que seu quadro melhore.
Sintomas da depressão
Os sintomas depressivos incluem:
- Humor deprimido
- Humor ansioso ou irritável
- Perda de interesse e prazer (anedonia)
- Perturbações do sono
- Sentimento de culpa excessiva
- Dificuldade de concentração
- Perda de energia
- Ideação suicida
- Alterações na libido
- Alterações na apetite
As classificações da depressão
A depressão clássica é geralmente classificada entre as seguintes formas da doença:
Transtorno depressivo maior
Caracterizado pela presença de pelo menos 5 sintomas depressivos e pode ser classificado em leve, moderado ou grave.
Transtorno depressivo menor ou subliminar
Caracterizado pela presença de 2 a 4 sintomas depressivos – sendo humor depressivo ou anedonia um deles – com duração maior que 2 semanas.
Transtorno depressivo persistente ou distímico
Caracterizado por pelo menos 2 anos de 3 ou 4 sintomas distímicos mais presentes no dia-dia do que ausentes. Sintomas distímicos incluem humor depressivo; alteração de apetite; alterações do sono; baixa autoestima; baixa concentração e desesperança.
Conhecendo a depressão severa
Portanto, quando falamos de depressão severa, geralmente nos referimos ao Transtorno Depressivo Maior do tipo Grave. Apesar de poder se instalar de forma súbita, esse quadro geralmente é precedido por quadros mais leves, mas que não são prontamente reconhecidos e tratados – aí a importância de se buscar ajuda profissional em momentos de tristeza profunda e dificuldade de sentir prazer.
A depressão severa ou grave impacta de forma profunda a qualidade de vida das pessoas de quem acomete, assim como das pessoas com quem ela se relaciona – e ainda é uma das possíveis causas de redução de expectativa de vida. Nesses casos, mesmo atividades “banais”, como manter a higiene pessoal (escovar os dentes, tomar banho, escovar os cabelos etc.) pode ser super difícil de ser colocada em prática. Acordar e levantar da cama pode perder o sentido, pois a pessoa acometida por uma depressão severa não sente mais prazer em qualquer ação cotidiana e todo mínimo esforço gera um cansaço profundo.
A dificuldade maior nesses casos está na tendência dessas pessoas a não buscar ajuda. Geralmente os quadros severos cursam com isolamento social e abandono de tratamento. Por isso, as tendências suicidas são maiores, assim como o consumo excessivo de medicações, álcool ou outras drogas como forma de buscar alívio imediato do sofrimento.
Além disso, nos quadros de depressão severa é possível o aparecimento de sintomas psicóticos, como alucinações visuais e/ou auditivas. Ou seja, a pessoa pode ouvir ou ver coisas que não são reais, o que agrava o risco de suicídio ou de causar dano a si mesmo.
IMPORTANTE: Somente médicos e cirurgiões-dentistas devidamente habilitados podem diagnosticar doenças, indicar tratamentos e receitar remédios. As informações disponíveis em Dicas em Saúde possuem apenas caráter educativo.
Fonte: Dr. Dráusio Varella, Biblioteca Virtual do Ministério da Saúde, Secretaria de Saúde do Paraná, Instituto de Psiquiatria Paulista.