A chamada renda per capita de um país – ou seja, o valor do PIB dividido pelo número de habitantes de um país – fornece uma medida do padrão de vida médio da população vivendo naquele país.

A principal vantagem da renda per capita é que ela está disponível para a maioria dos países do mundo e para vários anos principalmente a partir da década de 1970. Além disso, organismos internacionais têm empreendido esforços no sentido garantir que as medidas de renda per capita sejam comparáveis entre países e no tempo.

De todo modo, a renda per capita não necessariamente reflete bem-estar ou qualidade de vida.

Por exemplo, uma renda per capita elevada pode ser obtida com mais horas de trabalho. E isso implica menos horas de lazer. Um PIB mais elevado também pode estar associado a mais poluição e agressão ao meio ambiente, contribuindo negativamente para a qualidade de vida média dos cidadãos.

Outro ponto importante: a renda per capita é uma média das rendas dos diversos indivíduos de um país. Logo, essa medida não nos diz nada, absolutamente nada sobre como a renda está distribuída. Podemos ter então uma situação em que a maioria da população ganha muito, mas muito pouco. E o rendimento dos poucos ricos é tão, mas tão mais alto que a renda per capita do país também fica elevada quando comparamos a de outros países onde o bem-estar de seus habitantes é menos desigual.

A importância do IDH

Muitas vezes quando queremos falar sobre um bom país para se viver, usamos como referência a economia ou um indicador chamado IDH. Essa é a sigla para Índice de Desenvolvimento Humano, uma medida que permite comparar a qualidade de vida entre os países, levando em consideração não só aspectos econômicos, mas também sociais, visto que não é apenas o parâmetro de riqueza que indica o desenvolvimento de uma nação.

O cálculo do IDH tem como resultado não só um número, mas também uma possibilidade de analisar as possíveis deficiências em alguns setores, como a saúde e a educação. Sendo assim, é uma forma de o governo concentrar medidas para melhoria dessas áreas a fim de atingir melhores índices socioeconômicos.

Mas sabe essa ideia de usar esse indicador como referência para dizer se um país é bom ou não para se viver? É errônea. O IDH, apesar de indicar o desenvolvimento humano de um país, não leva em consideração alguns aspectos fundamentais para se chegar à qualificação de “bom ou ruim”. Questões como sustentabilidade, democracia e equidade não são consideradas pelo IDH.

IDH no Brasil

Atualmente, o Brasil encontra-se na posição 79º do ranking do IDH mundial, com o IDH de 0,759. O país encontra-se na lista de países com alto IDH, sendo o quinto melhor da América do Sul. Apesar disso, a estagnação nessa posição significa sugere que o país esteja enfrentando possíveis problemas, que podem ser econômicos ou dificuldades no desenvolvimento de políticas públicas que assegurem um eficiente acesso à saúde, educação e bem-estar social.

Segundo o Ministério da Educação, dentre os países que fazem parte do Brics (grupo de países com economias emergentes – Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), a expectativa de escolaridade brasileira é a mais elevada, cerca de 15,7 anos. A expectativa de vida do brasileiro é de 74,8 anos, segundo o Pnud. O PIB per capita brasileiro é cerca de US$ 9.821. Todas esses índices, juntos, resultam no IDH.

Além dele, temos nacionalmente o que chamamos de Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM), que, assim como o IDH, utiliza como critério a expectativa de vida, educação e renda. A partir desse é indicador, é possível avaliar a qualidade de vida nos municípios brasileiros. O resultado mostra que os municípios com melhor qualidade de vida encontram-se, principalmente, nas regiões Sudeste e Sul do Brasil. O líder do ranking é São Caetano do Sul, com IDHM de 0,862. O último do ranking é Melgaço, no estado do Pará, com IDHM de 0,418.

IDH mundial

De acordo com o Pnud, combinar políticas nas esferas sociais, como educação e saúde, é o segredo para se avançar nos índices de desenvolvimento humano. O resultado do ranking mundial, portanto, permite-nos dizer que os países que se encontram no topo da lista apresentam melhores políticas voltadas a essas áreas.

Apesar desses problemas, a renda per capita é uma medida útil para comparar níveis de desenvolvimento dos diversos países. Como foi dito, seus dados estão disponíveis para um conjunto amplo de países e para diversos anos, principalmente nas últimas décadas. Além disso, a renda per capita apresenta forte correlação com outros indicadores de qualidade de vida, como saúde e longevidade. Fonte: Mundo Educação UOL e Site do Por que?

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